Eram os filhos de Tupã,
Irmãos das Selvas e dos animais.
Caupé senhora Afrodite do Novo Mundo,
Assistiu o feio
Por intermédio do branco imundo.
Primeiro veio a escravidão,
Depois a catequização,
E agora um branco escrivão
Escreve as dores de um povo
Mal julgado de selvagem.
Já foram os donos da terra,
Já lutaram contra os homens
E suas armas de guerra.
Povo da fauna e da flora,
Com seus cânticos e seus rituais,
Os verdadeiros senhores da glória,
Na história tornaram-se imortais.
O espírito do guará late
Os lamentos dos antigos ancestrais,
De uma nação que não ansiava por luta,
De uma nação que lutava por paz.
Os deuses anunciavam a batalha,
O fim de um ciclo, o fim de uma era.
Os guerreiros índios tocaram a melodia,
Proclamando o início da mortalha.
No clamor da guerrilha violenta
O choro de um pequeno curumim,
A loucura da ganância
Do homem branco,
E o sangue dos irmãos Tupis.
Ouviu um choro dos animais
O grito de uma primavera.
Não brotaram flores nem frutos
Só edifícios de concreto...