Meu blog és seu blog

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"Bem vindo"

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Chegada e partida.


Na cidade sorriso
Encontrei o abrigo
Nos olhos da guarani.

Chegou tão depressa
Nos amamos na relva
Mas teve de ir...

Mudaste meu mundo,
Eu que era imundo,
Deixei-te partir

Foste embora.
Durante a aurora,
Já não posso sorrir...

A morte que chega
Sedenta e rasteira
Fez-me submergir...

Passaram os meses
E a vida que tinha,
Queria sumir...

Saudades de um tempo ditoso,
Deveras formoso,
Vivia a refletir...

Às vezes chorava,
E sua gaita tocava.
Seu cântico queria ouvir...

terça-feira, 25 de maio de 2010

Poema tupi


Esperava o cair da amana do amor,
Eu baquara, espero ver o mundo mudar.
O cari destrói a vida com horror,
As maravilhas de Aracy vivem a matar...

Anhangüera era o bicho cristão,
Jibóia em bote a esperar.
Abaité que vive de imaginação,
Eu guariní não pude mudar...

Amava meu povo tupi,
Povo Abaetê e de quietude.
Perseguidos pelo espírito Abaçaí,
Babaquara branco de atitude...

Um novo aracê almejo,
Eu etê guerreiro guerrearei.
O pajé fala o que vejo,
Sei que por tupã morrerei...

A porangaba da natureza,
No guará testemunho.
A Rudá canto a beleza,
Andira não nos leve no seu punho...

Aram venha resplandecer,
A graça do guiratinga exaltar.
Com a pureza do curimim viver.
Abaetetuba sonho em morar...


Glossário:
Amana: chuva.
Baquara: sabedor de coisas, esperto, sabido, vivo - biquara – mbaekwara
Cari: Homem Branco.
Aracy: a mãe do dia, a origem dos pássaros.
Anhangüera: diabo velho
Abaité: gente ruim, repulsiva, gente estranha.
Guariní: guerreiro, lutador
Abaetê: pessoa boa, pessoa honrada – Abaeté
Abaçaí: perseguidor de índios, espírito maligno que perseguia e enlouquecia os índios.
Babaquara: tolo, aquele que não sabe de nada.
Aracê: aurora, o nascer do dia, o canto dos pássaros (pela manhã).
Etê: bom, honrado, sincero – eté.
Pajé: Chefe religioso.
Tupã: Deus.
Porangaba: beleza.
Guará: espécie de lobo - aguará – aguaraçú.
Rudá: deus do amor, para o qual as índias cantavam uma oração ao anoitecer.
Andira: o senhor dos agouros tristes.
Aram: sol.
Guiratinga: pássaro branco.
Curumim: Criança.
Abaetetuba: lugar cheio de gente boa

sábado, 22 de maio de 2010

Beija-flor bebum


Pelas tavernas tenebrosas
Percorro minha vida,
Cobiçando sempre donzelas formosas,
Tal amor repudiei na sua ida...

Vivo brindando a lua,
Sozinho meu coração se expressa.
Como um cigano vivo na rua,
Ao Deus Pã danço sem pressa...

Da minha impaciência compus paz,
O canto de luto variou em sensualidade.
Agora no meu poker só tenho o Ás,
Usurpando o melhor da humanidade...

Viver a vida sem embaraço,
Dançando, cantando e beijando...
Vivo eu com meu coração de aço,
Poetizando coisas do meu passado...

Parei de tanto complicar,
Esgotei-me de tanta prosa
Como um beija-flor a voar,
Estou a procurar minha rosa...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Revolução de amor


Na selva de concreto,
As pessoas deixam de amar.
Vivemos de intentos incorretos,
O mundo vivemos a matar...

O astro chora sangue,
Espero um dia mudar.
Em um mundo cheio de gangues,
Escolha em qual vai ficar...

Na favela vejo a morte,
Os miúdos a se drogar.
Nessa eterna falta de sorte,
Vidas consumidas em um olhar...

A vida é bem passageira,
Crianças jazem a se matar.
Cansei-me de tanta besteira,
Esta na hora disso cessar...

Chegou o tempo de amor,
Acabemos com a religião.
Já chega de tanto horror,
Faremos uma revolução...

sábado, 15 de maio de 2010

Os donos da terra...


Testemunho paisagens tupis
Em meu desatendo mundo.
Nas florestas dos meus guaranis,
Chegou o branco imundo...

Em gigante canoas chegaram,
Falando que eram serenos
Estranhos objetos nos deram,
Seu povo era tão pequeno...

Os meus eles cercaram,
E fizeram deles escravos.
Muitos eles mataram,
Outros fugiram assustados.

Meu povo de paz e afortunado,
Cantavam aos deuses da selva.
Não tinham lavouras nem gado.
Brindávamos juntos na relva.

O branco carniceiro e voraz,
Chegou para usurpar.
Eles nunca quiseram a paz,
Vieram nos escravizar.

Muitos dos meus lutavam,
Com fé e esperança.
Os donos da terra ficaram.
Não puderam conter a matança.

Assassinos sim eles eram,
Assim pude notar.
Nossas matas arrasaram,
Vieram só conquistar...

Coração de Sertão...


Noite escura paisagem bela.
Em meio ao meu fumo,
Ainda procuro por ela.
Meu bem, ainda a amo...

Procurei na bebida,
O abrigo incorreto.
Doeu demasiado sua partida,
Chorei na cama de concreto...

Deixei a beleza da vida,
Encontrei-me no inverno.
A paz eu deixei na sua ida,
Hoje vivo no inferno...

A flor do meu peito murchou,
Não escrevo mais com paixão.
Minha terra limpa secou,
Antes bela, transformou-se em sertão...

domingo, 9 de maio de 2010

Do Bardo para Iracema...



Disseste-me que queria um poeta,
E de maneira incerta poeta me fiz.
Criei poemas e versos para correto intento
Poder unido contigo lhe fazer feliz...

Gostava de poemas de morte,
e minha falta de sorte,
Me fiz míseravel e infeliz.
Escrevi com amor...

Agora distante,
E nessa constante,
lhe escrevo feliz,
Mesmo vivendo por um triz...

Fui insistente e incoerente,
E de forma ímpar um anjo me fiz.
Percorro meu mundo afora
Aqui agora curtindo a aurora
Eu vivo feliz...

O ser poeta...



As vezes me pego,
Surpreso em meus versos.
Com a pena escrevo com paixão,
Das mulheres falo com tesão...

Ser poeta é amar infinitamente...
É ser incoerente e incandescente.
Ser poeta é alcançar o infinível,
É compreender o incompreensível.

Escrevo versos sobre o seu partir,
Sei que mesmo só ainda posso sorrir..
Amo poder ouvir o canto do colibri...
Sou amante do meu povo guarani.

Me encontro em frente ao meu caderno,
Com o único intuito de ser eterno...
Poesias escrevo com amor,
Mesmo longe escrevo com fervor...

Ser poeta é sentir,
É ver o amor florir...
Ser poeta é fazer acontecer...
O poeta sempre sabe viver...

sábado, 8 de maio de 2010

O bardo.



Incoerente, subjetivo, inconstante...
Meigo, carinhoso , bom amante...
Confuso, triste, chocante...
Feliz, raivoso, cantante...

Poeta, vagabundo, beberrão...
Tolo, fútil, homem da paixão...
Diferente, exotico, brincalhão...
Bipolar, divertido, sem um tostão...

Compositor, irritante, senhor do amor...
Irmão, cozinheiro, o dono da dor...
Leonino, narcisista, superior...
Louco, educado, ameaçador...

Humorista, ecologista, largado...
Cabeludo, barba estranha, mal amamentado...
Fumante, gritante, mal-intencionado...
Humilde, músico, simplismente um bardo...

Ódio...




O que eu odeio... odeio quando falam que não tem troco, odeio ônibus com ar-condicionado lotado, odeio quando acaba a bebida, odeio quem não ama a vida, odeio quem joga lixo no chão, odeio quando se fazem de difícil, odeio ter que ter dinheiro, odeio meu senado, odeio ser seco ou desalmado, odeio a falta de bom senso, odeio fila de banco, odeio o banco por completo para falar a verdade, odeio reboletion, odeio funk, odeio minhas limitações, odeio quem não entende poesia, odeio nossas leis, algumas são injustas, odeio quem maltrata os animas, odeio pessoas normais, odeio a hipocrisia do sistema, odeio comercial, odeio a cidade lotada, odeio a vida valendo nada, odeio ter que lavar louça(hiuaha), odeio gente metida, odeio as coisas mal ditas.
Mas para que tanto ódio? Não sei... mas todo mundo sente ódio de alguma coisa...

O bardo e o anão


Era o bardo e um anão, ambos procuravam juntos a diversão, de tavernas em tavernas buscando por prazeres carnais: bebida, mulheres e risadas.
O bardo adorava cantar, recitar poemas, flertar com lindas morenas e tocar sua gaita. O bardo era do amor, mas também amava o prazer. Vivia a fumar seu cachimbo e a beber das melhores bebidas. O bardo ansiava pela vida e pelo amor, mas o amor já não era mais sua meta, queria compor e beijar a mulher correta. O bardo tinha como irmão o anão. Ele ria dos poemas que criticavam os reis, e acima de tudo era o melhor companheiro de canecas.
O anão amava beber e as mulheres, muitas vezes saía sem um vintém. Gostava de falar alto, no resto do tempo se mantinha calado. Espadas, facas e machados eram por ele muito admirados. Quando via uma donzela de cabelos dourados ficava fascinado, sua caneca logo bebia apressado, terminava e corria perto da mulher fruto do pecado, e como adorava pecar.
Os dois eram muitos diferentes, muitas vezes um com o outro eram incoerentes. O bardo ficava seco quando o anão procurava uma donzela solitária, gostava de somar não de dividir. E assim viviam as noite, dois irmãos correndo atrás de prazeres carnais. Brigavam constantemente, mas depois já reinava a paz.
Certa vez ansiaram pela mesma mulher, Helena, tão linda e pura. Olhos azuis como o mais bravio mar. Pele límpida como a neve. Dançava como a mais bela ninfa e seu canto era o canto das sereias, um anjo de luz... Linda linda linda.
O anão e o bardo irmãos das noites, nem discutiram muito o assunto partiram para um jogo de homens, quem parasse de beber primeiro era o perdedor, uma caneca, duas, três, quatro, cinco, seis, sete. O bardo cambaleou para o lado e o anão logo se preocupou sorriso de pinguço. Oito canecas, nove, dez, onze, doze, treze... O bardo procurou com os olhos a bela Helena, esta já não estava ali. O anão bufou e logo outra caneca tomou. O bardo tocou sua gaita uma bela canção. Brindaram a noite, pois eram irmãos.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

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Pagamos caro quando nos calamos.
Pagamos caro quando não amamos.
Pagamos caro a cada dia.
Pagamos caro...

Pagamos caro em nossa história.
Pagamos caro. Quem não tem memória?
Pagamos caro por um serviço ordinário.
Pagamos caro, somos os palhaços!

Pagamos caro com a corrupção.
Pagamos caro ao bandido, meu irmão!
Pagamos caro ao silêncio dos flagelados.
Pagamos caro e pagamos errado.

Pagamos caro quando nos calamos.
Pagamos caro quando não amamos.
Pagamos caro a cada dia.
Pagamos caro, simplismente pagamos...
 
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